Pensar uma nova exposição para o museu é um desafio para sua equipe técnica. A exposição é sempre o elo entre o museu e seus usuários. O museu sempre foi entendido como um local que guardava e expunha coisas velhas, um espaço acumulado de objetos antigos e que apenas privilegiavam uma faceta muito exclusiva da nossa História. Esse entendimento se dá pela própria dinâmica em que estas instituições sempre foram constituídas. Sobre isso, já escrevemos nesse outro artigo, Como Surgiram os Museus?
Nos últimos anos, observamos novas tendências nos museus. Hoje tratamos os visitantes como usuários e estes têm introduzido novos conceitos e abordagens para as exposições, cada vez requerendo mais participação, interação e conectividade. Também o museu na atualidade problematiza mais as questões sociais e intenta pela inclusão de cada vez mais participantes nos seus processos de curadoria compartilhada.
Museus na Atualidade: Concepções Museológicas e Museográficas
Através da história dos museus é possível de se traçar um panorama do contexto social e desenvolvimento histórico desse fenômeno. Um museu, deve, portanto, mostrar os laços históricos que unem nosso passado arqueológico com o nosso tempo. Caso contrário, dificilmente permitirá que tenhamos um conhecimento desse passado como uma forma de melhor compreender e transformar do nosso presente.
Todos os museus têm uma sustentação ideológica expressada na seleção dos seus acervos, na sua estrutura institucional e na sua organização. Por outro lado, os visitantes dos museus devem ser pensados como seres ativos e interativos e que assumem uma atitude ativa perante a proposta do museu. Cada visitante interpreta a mensagem expositiva de maneira diferente, construindo sua própria visão em função das suas expectativas, interesses e competências prévias, ou seja: o visitante interpreta os conteúdos a partir da sua relação com o espaço.
O Diferencial da Exposição Interpretativa
As exposições interpretativas estão preocupadas na relevância significativa que podem desencadear na vida do usuário, seja através da contribuição para a contínua construção de conhecimentos, experiências, reflexões, entre outros. Esses tipos de exposições estão focadas e necessitam da troca de experiências dos usuários. Entende que os usuários fazem com que a exposição “tenha vida“, isso acontece através da participação ativa que ela manifesta. Sobre esse assunto, recomendamos a leitura desse outro artigo, O que é Exposição Interpretativa.
Não raro, percebemos que muitas exposições se denominam “interpretativas”, sem que realmente “interpretem”. São comuns exposições que apenas apresentam a informação sem refletir ou instigar o usuário a uma reflexão sobre o tema exposto. Isso ocorre devido a falta de conhecimento acerca do tema e sobre como se faz uma exposição interpretativa. Em função disso, precisamos delimitar o que entendemos por exposição e por interpretação.
Exposições Interpretativas e Tecnologia
Uma exposição quando faz uso de recursos de tecnologia proporciona elevados estímulos de interatividade. O uso de multimeios, como projeções e telas sensíveis ao toque por exemplo, elevam a experiência do usuário. Portanto, uma exposição que utiliza tecnologia é mais sinestésica, mais satisfatória e mais completa. Desse modo, uma exposição com tecnologia pode ser mais interpretativa, visto que estimulará a participação e a busca por conteúdos além dos que habitualmente estão expostos. A participação do usuário durante a exposição ocorre de diversas maneiras.
Apresentaremos dois recursos que temos adotado em nossas exposições.
QR Code: o conteúdo além do que o usuário vê
A TRÍSCELE, atenta às tendências mundiais do mercado, trouxe o QR Code para os espaços de museus onde a tecnologia conquista cada vez mais espaço.
Mas o que é, afinal, um QR Code? É um código de barras em 2D que pode ser escaneado pela maioria dos aparelhos celulares que têm câmera fotográfica. Esse código, após a decodificação, passa a ser um trecho de texto, um link e/ou um link que irá redirecionar o acesso ao conteúdo publicado em algum site. O uso dessa ferramenta na exposição de longa duração Seminário de Corupá: Fé, Formação e Recanto de Paz tem o conceito que vendemos: ideias que se transformam em soluções simples, criativas e originais com o uso de ferramentas modernas e interativas para museus.
Desenvolvimento de APP Interativo Para Museus
Os museus começaram a incluir aplicativos que permitem maior interatividade com os usuários desses espaços. Esses dispositivos, que são apresentados em totens e mesas interativas, mas não somente, trazem sempre um incremento à expografia. São conteúdos além dos que geralmente estão expostos e que complementam os temas e conteúdos abordados pela exposição.
Sabemos que planejar e executar exposições interpretativas demandam de comprometimento verdadeiro e quase que exclusivo da equipe responsável. Sem contar todas as questões de pesquisas, seleções, análises, reflexões, treinamento e trabalho, muito trabalho. Isso sem levar em conta a manutenção do espaço e dos recursos utilizados, ainda temos os pontos diferenciais de exposições interpretativas que envolvem a constante mudança da exposição, pois, semelhante ao conceito de museu participativo, as exposições interpretativas influenciam e são influenciadas pelos usuários, evidenciando e fortalecendo o ciclo exposições – usuários e usuários – exposições.
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